Sinopse: Pi Patel (Suraj Sharma) é filho do dono de um zoológico localizado em Pondicherry, na Índia. Após anos cuidando do negócio, a família decide vender o empreendimento devido à retirada do incentivo dado pela prefeitura local. O plano é se mudar para o Canadá, onde pretendem vender os animais para reiniciar a vida. Porém, ao sofrer uma tempestade, o cargueiro onde todos viajam acaba naufragando. Pi consegue sobreviver em um bote salva-vidas, mas precisa dividir o pouco espaço disponível com uma zebra, um orangotango, uma hiena e um tigre de bengala chamado Richard Parker. Conforme os dias se passam a fome aumenta e aproveitando que a zebra está com uma de suas patas quebradas obrigando-a a permanecer imóvel, a hiena a devora. Posteriormente esta ataca fatalmente o orangotango. Até então o tigre estava escondido sobre uma parte do bote e aparece para atacar a hiena, sobrando somente ele e o garoto.
Crítica:. Quando Pi se vê na luta pela sobrevivência por muitas vezes ele pensa em desistir diante das dificuldades nos momentos da fome, sede e tempestades. Mas sua atenção está voltada para a sobrevivência e domação do tigre. Na grande parte do dia é necessário tomar cuidado para não ser devorado pelo animal ao mesmo tempo em que existe um cuidado para não deixá-lo morrer. Conforme as semanas e os meses se passam, o laço entre os dois vão se estreitando, eles percebem que precisam um do outro para sobreviver e para isso existe a necessidade de cada vez encontrarem um equilíbrio. O que impressiona é que as cenas entre os dois são computadorizadas e de grande perfeição, sendo difícil acreditar que não existiu de fato um tigre de verdade atuando diretamente com o ator. Esta alta qualidade dos efeitos consegue ser crucial para manter a fidelidade e chamar atenção diante dos mínimos detalhes. Em todo momento não é possível prever o que exatamente vai acontecer. Em algumas cenas percebe-se que a realidade se mistura com a fantasia e isto deve ser percebido para a grande mensagem final não passar despercebida. Pi sobrevive e forma sua própria família, um escritor ouve falar de sua história e então se dá o relato que inicia o filme. Ao terminar, Pi revela a verdadeira história. Ang Lee consegue fazer um filme ousado, reinventado e impactante. Todos estes detalhes estão em falta na grande parte dos filmes produzidos nos últimos anos, por isso este consegue se tornar tão pragmático e excelente para ser assistido.
Quando ele chegou à praia e finalmente foi resgatado, recebe a visita de dois representantes responsáveis pelo seguro do navio e conta seu relato. Diante do fato inacreditável da história com os animais, Pi se vê obrigado a contar a história que realmente aconteceu. Na verdade, o que é relatado foi uma metáfora necessária para que ele sobrevivesse e aceitasse o acontecido com o objetivo de manter seu equilíbrio emocional e psíquico. O cozinheiro era a hiena, o comandante era a zebra, sua mãe o orangotango e ele o tigre. Na luta pela sobrevivência ele precisou se enquadrar em uma personalidade inspirada neste animal para conseguir suportar todo o sofrimento e lutar pela sobrevivência.
Este detalhe final torna o filme singular e ao mesmo tempo filosófico, transmitindo a mensagem de que para conseguir vencer o sofrimento da vida é necessário criar fantasias próprias. Assim, Pi prefere acreditar mais na história com os animais do que na que realmente aconteceu.
Apesar da suprema qualidade dos efeitos especiais, em algumas cenas é possível perceber que o tigre não é real. Me fez lembrar as versões em filme de Scooby-Doo, no qual o cachorro Scooby também é produzido digitalmente.
Avaliação: Ótimo (Ruim, Regular, Bom, Ótimo)
Trailer
O trabalho de efeitos especiais envolveu uma equipe de 400 profissionais durante árduos 4 anos. O estúdio responsável pelos efeitos foi o Rhythm & Hues, que também produziu Babe - Um Porquinho Atrapalhado (1995) e a Bússola de Ouro (2008). Após a conclusão das As Aventuras de Pi, fechou as portas após declarar falência. Como consequência, os 400 funcionários responsáveis pelos trabalhos ficaram sem receber e sem indenização. Yann Martel, autor do livro o qual o filme é baseado, declarou que teve como inspiração o livro "Max e os Felinos", do escritor brasileiro Moacyr Scliar, que trazia a história de um refugiado judeu que deixava a Alemanha e cruzava o oceano Atlântico em um bote, juntamente com uma onça.
Fontes: Wikipedia e Adorocinema
Os truques de filmagem são incríveis
ResponderExcluirHistórias, estórias e outras polêmicas