Ser Patriota Mesmo Depois da Copa

O Brasil está cheio de verde e amarelo; já vi até um cachorro com uma roupa característica da nossa querida e linda bandeira brasileira, carros e casas ostentam mesmo que timidamente e com alguns improvisos a sua bandeira. Não vão faltar gritos de Brasil e a famosa cantoria nos jogos: - "Sou brasileirooooo, com muito orgulhooooo e com muito amorrrrrõõõõooooo... ". Um país onde 75% dos políticos (minha contagem pessoal) roubam o povo descaradamente e não fazem nada pelo Brasil. Temos uma das maiores taxas de impostos do MUNDO e ainda temos que aceitar pessoas sendo praticamente obrigadas a ter um plano de saúde para não morrerem nas filas dos hospitais públicos - não é de se admirar que grande parcela desses deputados representem esses tais planos de saúdes e com isso passam a tirar as verbas que seriam destinadas à saúde para outras áreas, cuecas ou meias (Brasil com boa saúde pública = sem necessidade de planos de saúdes = sem dinheiro para os donos dos planos).

Há alguns dias atrás estava percorrendo a calçada e na rua estava um pequeno engarrafamento e notei  um motoboy parado ao lado da porta de trás de um carro que estava sendo dirigido por uma mulher, sendo que o motoqueiro estava com os braços para dentro do carro. Esta cena me deixou atento e continuei percorrendo sem dar a entender que estava prestando atenção, afinal qualquer coisa eu acionaria a polícia. Ao chegar mais próximo tive uma surpresa, tinha um bebê na cadeirinha do banco de trás e o motoqueiro estava com as mãos nele. O bebê estava todo sorridente ao ponto de ficar com a língua para fora cada vez que o motoboy fazia carinho nele e a mãe estava atenta e rindo, gostando de ver o filho recebendo e gostando do carinho. Essa é um pequeno ato, mas com grande representação moral e sentimental do nosso povo e do nosso país. Enquanto o mundo caminha para a superficialidade, onde a prática substitui o sentimento e a emoção, uma coisa dessas é rara, mas no Brasil não é muito difícil de ser presenciado.

Enquanto o time do Vitória se recusa a cantar o hino nacional, as crianças e até os homens barbados não sabem cantar uma parte sequer no hino do próprio país. Mas todos eles sabem as músicas Reboletion, Créu, Atoladinha, Créu e outros clássicos que bombardeiam a mente brasileira e leva qualquer sujeito sensato temer o futuro do Brasil se depender da nova geração. Nos domingos por exemplo, as tv's chamam pessoas que se autodenominam cantores para mostrarem tais músicas ao invés de exibir algo cultural ou ao menos que preste (principalmente na faixa da tarde). O que mais me chama a atenção é que mulheres cantam e dançam músicas que a rebaixam de cachorras para baixo (será que só prestam atenção na batida e esquecem a letra?).

Como disse no início, chega a copa e todos ficam patriotas carregando bandeirinhas do Brasil pra cima e pra baixo. E a nossa história? A luta de gerações passadas que foram mortas para terem direitos que hoje nos parecem os mais normais que nem nos damos conta o fato de que pessoas lutaram por aquilo e hoje estão praticamente esquecidas, sendo somente lembradas pela novas gerações - e mesmo assim de forma superficial, para serem aprovadas em provas de história, vestibular ou concurso. 

Um país desenvolvido não é desenvolvido apenas por ter recursos naturais, grande extensão territorial, menos importação e mais exportação ou crescimento de ofertas de emprego. O país pode até crescer, mas o crescimento não será sólido se o povo não é inteligente, não tem cultura e muito menos educação (é claro que não são todos os brasileiros, mas a maioria, infelizmente, é assim). Copa do mundo é legal? É claro que é, mas não devemos ter amor pelo nosso país de quatro em quatro ano ou depender dos resultados de algum outro esporte para sermos patriotas. É digno de ressaltar que os americanos colocam bandeiras nas portas de suas casas e em qualquer filme, mesmo que de baixo orçamento, mostra isso.

Vamos valorizar nós mesmos não apenas o nosso futebol. A copa começa e logo acaba, todos guardam as bandeirinhas e apagam os verdes e amarelos. O futuro do país está no zelo de quem ele habita. Uma casa onde moradores não se importam com ela, será feia, e se a situação continuar ocorre infiltrações, se não tiver alguém para cuidar desse pequeno problema um tempo depois a estrutura dela ficará fraca a casa ficará insegura. Já quem gosta do lugar onde mora vai sempre cuidar, limpar, fazer de tudo para que ela fique sempre bonita. O mesmo é com o nosso país. Se uma pequena parte cuida enquanto 80% não estão nem aí, a casa ficará feia e as pessoas não terão nada ou quase nada para o seu próprio benefício. 

AME O BRASIL!